O que é Libras ?
Libras é a sigla da Língua Brasileira de Sinais
As Línguas de Sinais (LS) são as línguas naturais das comunidades surdas.
Ao contrário do que muitos imaginam, as Línguas de Sinais não são simplesmente mímicas e gestos soltos, utilizados pelos surdos para facilitar a comunicação. São línguas com estruturas gramaticais próprias.
Atribui-se às Línguas de Sinais o status de língua porque elas também são compostas pelos níveis lingüísticos: o fonológico, o morfológico, o sintático e o semântico.
O que é denominado de palavra ou item lexical nas línguas oral-auditivas são denominados sinais nas línguas de sinais.
O que diferencia as Línguas de Sinais das demais línguas é a sua modalidade visual-espacial.
Assim, uma pessoa que entra em contato com uma Língua de Sinais irá aprender uma outra língua, como o Francês, Inglês etc.
Os seus usuários podem discutir filosofia ou política e até mesmo produzir poemas e peças teatrais.
Informações Técnicas
1- LIBRAS
A LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) tem sua origem na Língua de Sinais Francesa.
As Línguas de Sinais não são universais. Cada país possui a sua própria língua de sinais, que sofre as influências da cultura nacional.
Como qualquer outra língua, ela também possui expressões que diferem de região para região (os regionalismos), o que a legitima ainda mais como língua.
2- SINAIS
Os sinais são formados a partir da combinação da forma e do movimento das mãos e do ponto no corpo ou no espaço onde esses sinais são feitos. Nas línguas de sinais podem ser encontrados os seguintes parâmetros que formarão os sinais:
Os sinais são formados a partir da combinação da forma e do movimento das mãos e do ponto no corpo ou no espaço onde esses sinais são feitos. Nas línguas de sinais podem ser encontrados os seguintes parâmetros que formarão os sinais:
2.1 Configuração das mãos: São formas das mãos que podem ser da datilologia (alfabeto manual) ou outras formas feitas pela mão predominante (mão direita para os destros ou esquerda para os canhotos), ou pelas duas mãos.
Os sinais DESCULPAR, EVITAR e IDADE, por exemplo, possuem a mesma configuração de mão (com a letra y). A diferença é que cada uma é produzida em um ponto diferente no corpo.
Os sinais DESCULPAR, EVITAR e IDADE, por exemplo, possuem a mesma configuração de mão (com a letra y). A diferença é que cada uma é produzida em um ponto diferente no corpo.
2.2 Ponto de articulação: é o lugar onde incide a mão predominante configurada, ou seja, local onde é feito o sinal, podendo tocar alguma parte do corpo ou estar em um espaço neutro.
2.3 Movimento: Os sinais podem ter um movimento ou não. Por exemplo, os sinais PENSAR e EM-PÉ não têm movimento; já os sinais EVITAR e TRABALHAR possuem movimento.
2.4 Expressão facial e/ou corporal: As expressões faciais / corporais são de fundamental importância para o entendimento real do sinal, sendo que a entonação em Língua de Sinais é feita pela expressão facial.
2.5 Orientação/Direção: Os sinais têm uma direção com relação aos parâmetros acima. Assim, os verbos IR e VIR se opõem em relação à direcionalidade.
3- Convenções da LIBRAS
3.1 A grafia: os sinais em LIBRAS, para simplificação, serão representados na Língua Portuguesa em letra maiúscula. Ex.: CASA, INSTRUTOR.
3.2 A datilologia (alfabeto manual): usada para expressar nomes de pessoas, lugares e outras palavras que não possuem sinal, estará representada pelas palavras separadas por hífen. Ex.: M-A-R-I-A, H-I-P-Ó-T-E-S-E.
3.3 Os verbos: serão apresentados no infinitivo. Todas as concordâncias e conjugações são feitas no espaço. Ex.: EU QUERER CURSO.
3.4 As frases: obedecerão à estrutura da LIBRAS, e não à do Português. Ex.: VOCÊ GOSTAR CURSO? (Você gosta do curso?)
3.5 Os pronomes pessoais: serão representados pelo sistema de apontação. Apontar em LIBRAS é culturalmente e gramaticalmente aceito.
"A LIBRAS, como toda Língua de Sinais, é uma língua de modalidade gestual-visual porque utiliza, como canal ou meio de comunicação, movimentos gestuais e expressões faciais que são percebidos pela visão; portanto, diferencia-se da Língua Portuguesa, que é uma língua de modalidade oral-auditiva por utilizar, como canal ou meio de comunicação, sons articulados que são percebidos pelos ouvidos. Mas, as diferenças não estão somente na utilização de canais diferentes, estão também nas estruturas gramaticais de cada língua."
(FONTE: Revista de Feneis, nº 2, p. 16)
Relevando a surdez como uma experiência visual, popularizando a linguagem de sinais, garante-se ao surdo a possibilidade de reconhecimento e legitimação desta forma de comunicação,
(FONTE: Revista de Feneis, nº 2, p. 16)
Relevando a surdez como uma experiência visual, popularizando a linguagem de sinais, garante-se ao surdo a possibilidade de reconhecimento e legitimação desta forma de comunicação,
A educação inclusiva se orienta pela perspectiva da diversidade, com temáticas e estratégias diferenciadas, com responsabilidade compartilhada, cuja capacitação do professor passa pelo conhecimento sobre a diversidade, mudanças de atitudes, inovação, trabalho em equipe, novas relações com a família, responsabilidade para com o exercício da profissão.
A função da escola é possibilitar ao aluno apropriar-se do conhecimento mediado pelo professor. Neste processo, os conceitos sistematizados/científicos oferecidos pela escola interagem com os conceitos do senso comum aprendidos cotidianamente e, nesta interação a escola reorganiza modificando-os para conceitos científicos, que se consolidam a partir do senso comum.
Ao atuar numa perspectiva mediadora, o professor também se transforma durante o processo de ensino por meio das palavras e da proposta pedagógica (mediação do outro), direcionando o aluno ao conhecimento, favorecendo o confronto com outras maneiras de conceber; possibilitadas pela interação com o aluno, ou seja, a atividade docente se materializa em ações de conhecer o nível de desenvolvimento do aluno; de criar estratégias.
Partindo das idéias acima, quanto à escolaridade dos alunos surdos, a história destes sujeitos relata que um número significativo deles passou por vários anos de escolarização e sua competência acadêmica ficou aquém da dos alunos ouvintes.
A dificuldade existente na escolarização dos sujeitos surdos está relacionada com as questões da língua, pois a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS)1, é visuogestual e sua gramática é diferente quanto a da língua portuguesa. Para o surdo aprender a língua portuguesa na modalidade escrita, ocorre do mesmo modo que a do ouvinte ao aprender uma segunda língua.
Antes que ocorra o aprendizado desta segunda língua, deve ser garantido ao surdo, de acordo com o objetivo da Abordagem Bilíngüe, primeiro a aquisição da língua de sinais, que possibilitará ao surdo constituir-se como sujeito da linguagem e, conseqüentemente fornecerá um suporte lingüístico para que ele aprenda uma segunda língua.
Garantir a aquisição da LIBRAS como primeira língua ao surdo significa dizer que nem todos os surdos têm um conhecimento da mesma, devido à maioria deles terem pais ouvintes. A descoberta da surdez ocorre, em grande parte, quando o filho chega à escola, o que representa um atraso em seu desenvolvimento cognitivo devido à falta da língua de sinais e não por ser surdo; resultado das condições sociais e educacionais não proporcionadas quanto à aquisição e desenvolvimento da linguagem.
Incluir alunos surdos em salas de aula do ensino comum vai além de modificar a estrutura física da escola; requer o conhecimento sobre a LIBRAS mais as especificidades da surdez pelo corpo docente; conhecimento da língua de sinais pelos surdo, bem como ensinamento dos conteúdos escolares embasados no aprendizado de uma segunda língua, na modalidade escrita, juntamente com o uso de recursos visuais.
Em nossa cidade ministrado um Curso de Libras, oferecido pela Prefeitura Municipal ministrado no Colégio Estadual Vital de Oliveira,o objetivo do Curso: Introduzir os participantes no universo da LIBRAS fazendo com que entendam o surdo, sua cultura e toda sua potencialidade, que tenham à compreensão das diversidades e atuem na superação de pré-conceitos através da utilização da LIBRAS e proporcionando a interação surdo/ouvinte, solidificando a socialização. Tem como instrutoras : Livia Lessa Lage e Cristiane Silveste que também é a Coordenadora do Curso de Libras.
"Para conversar em LIBRAS não basta apenas conhecer os sinais de forma solta, é necessário conhecer a sua estrutura gramatical, combinando-os em frases."
"Para conversar em LIBRAS não basta apenas conhecer os sinais de forma solta, é necessário conhecer a sua estrutura gramatical, combinando-os em frases."